MSc. Djalma Silva Guimarães Júnior – Economista do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau
Se a polêmica em torno do chute no traseiro, gerada após a declaração do representante da FIFA trouxer alguma agilidade para as obras da Copa 2014, então sejam bem vindos outros bons chutes.
O Brasil possui uma coleção de chutes que merecem ser dados, e quais são: Comecemos pela nossa burocracia, não dá para ser competitivo com tantos entraves. A morosidade na burocracia é latente, estamos no pódio da demora para a abertura de uma empresa, a emissão de uma simples certidão ou alvará é algo que demanda um esforço incomum, assim, que venha um chute na burocracia.
Outro chute que sufoca a atividade produtiva e o consumidor brasileiro é a carga tributária. Os impostos elevados encarecem a produção e o leão morde mais de 1/3 da renda dos brasileiros, e o pior, a contrapartida é precária. Pensemos no empresário que paga os tributos devidos, mas que precisa pagar uma escolta para o transporte de suas mercadorias pela insegurança, ou na nossa necessidade de pagar escola particular, segurança particular, pois tais direitos básicos não são fornecidos em um nível aceitável para o cidadão comum.
Outro chute deve ser dado na infraestrutura, estradas mal conservadas, ausência de projetos de modais de transportes mais baratos e limpos, são um retrato da nossa infraestrutura. Internet com problemas técnicos, telefonia com níveis de serviços inaceitáveis.
Nossa vantagem competitiva no agronegócio é minada pela infraestrutura, basta se recordar do que ocorre em nossas estradas que não favorecem o escoamento de nossa produção. Como almejamos ser um país desenvolvido se possuímos nem infraestrutura, nem projeto de infraestrutura para isso?
Outro chute talvez o maior de todos é o chute na educação. Como almejamos construir uma nação desenvolvida quando não valorizamos os professores? Uma evidência da falta de respeito à educação é o piso nacional para os professores, que foi aprovado, mas em boa parte do país virou pizza. Sem educação não há tecnologia, não há inovação e consequentemente geração de riqueza, sem educação não há uma sociedade mais justa e mais segura.
Chutemos os juros mais elevados do mundo, que encarecem o crédito e o investimento, chutemos a corrupção…
Esta lista iria longe, faça a sua própria lista. Mas se a moda pega, se um chute trouxer avanço em tais áreas, senhor secretário da FIFA pode continuar chutando!