Após a reeleição do governador Eduardo Campos, construí a hipótese, a qual paulatinamente é comprovada, de que ele disputará a eleição para presidente da República em 2014. Esta hipótese está assentada em quatro possibilidades: A)possibilidade 1: Eduardo vice de Dilma Rousseff; B) Possibilidade 2: Eduardo candidato a senador ou a deputado federal; C)Possibilidade 3: Eduardo não é candidato a nada; D)Possibilidade 4: Eduardo é candidato a presidente. Mostrei em variados artigos, através da ferramenta Teoria dos Jogos, de que a melhor escolha para o governador de Pernambuco é a candidatura presidencial em 2014.
No início deste ano, apresentei outra hipótese: em razão de um cenário com variadas candidaturas, vislumbro a possibilidade de Eduardo Campos disputar o segundo turno contra Dilma Rousseff. As múltiplas candidaturas interferirão no crescimento da candidatura de Dilma e fragmentarão o eleitorado, por consequência, dois a três candidatos disputarão a ida para o segundo turno.
Analise eleitoral que se preza, não deve apenas se encantar com o entusiasmo gerado pelas notícias. Diante do entusiasmo, é adequado que a análise do futuro processo eleitoral apresente os riscos que ameaçam o sucesso da candidatura de Eduardo Campos à presidente da República em 2014. Através da identificação dos riscos é possível a construção de estratégias que inibam os efeitos destes ou os evite. Diante disto, observo quatros riscos iminentes à candidatura presidencial do PSB e o seu possível sucesso. Quais sejam:
Tempo de televisão: No sistema eleitoral brasileiro, o tempo da propaganda partidária é construído a partir do número de partidos presente na coligação. Sendo assim, quanto partidos apoiarão à candidatura de Eduardo Campos à presidente? Neste instante, dois partidos aparecem como principais aliados: o PPS e o PDT. Porém, o primeiro também é disputado por Aécio Neves e o segundo está na base de Dilma e lá poderá permanecer. Observo que o PSD não é uma incógnita. Os eventos recentes mostram que ele apoiará a eleição da presidenta. Diante disto, constato que o diminuto tempo de propaganda na TV é um risco (ameaça) para o possível sucesso eleitoral do PSB na disputa presidencial;
Efeitos do lulismo: Lula está na memória positiva dos brasileiros. Portanto, ele é uma lembrança positiva para parte dos eleitores. Contudo, tenho a hipótese de que o lulismo não mais incentiva parte da escolha dos eleitores. Mas se esta hipótese não for fortemente verdadeira? Se assim for, diante da disposição de Lula em participar do projeto da reeleição de Dilma, o PSB terá dificuldades em se apresentar como um partido que ajudou Lula a governar o Brasil.
Gestão de Geraldo Júlio: A ancoragem eleitoral proporcionada pelo apoio do governador Eduardo Campos contribuiu para o sucesso eleitoral de Geraldo Júlio na última eleição municipal. Em razão de um gestor mal avaliado, o atual prefeito do Recife assumiu a prefeitura diante da esperança e da expectativa positiva do eleitor recifense. O governador Eduardo Campos se apresenta para o País como um gestor moderno e que se preocupa com a eficiência da máquina pública. Portanto, caso em 2014 a gestão de Geraldo Júlio não esteja fortemente bem avaliada, a oposição nos âmbitos local e nacional o questionará e este questionamento poderá ter consequências junto à credibilidade do discurso do candidato Eduardo Campos;
Candidato ao governo de Pernambuco: neste instante, o PTB, ou melhor, o senador Armando Monteiro, é um ator estratégico na disputa estadual de 2014 em virtude de que ele poderá conquistar variados apoios eleitorais, dentre os quais, o do PT e o do PMDB. Se Armando Monteiro for candidato a governador com o apoio destes dois partidos, ou apenas do PT, neste caso, com o forte apoio de Dilma e de Lula, vislumbro acirrada disputa eleitoral com o candidato do PSB. E desta forte disputa, não se deve desprezar a diminuição da amplitude da vitória (ou a vitória) em Pernambuco do candidato Eduardo na disputa presidencial. Não descarto a possibilidade de Armando conquistar o apoio do PSB. Mas observo que a sua candidatura ao governo é um risco, neste instante, para o PSB.