O Índice de Endividamento do Consumidor Recifense (IEC), de acordo com o Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), apresentou um recuo de 5,7% no mês de março com relação ao mês de janeiro. O resultado representa uma melhora nas condições das finanças pessoais do consumidor. Um dos fatores que pode explicar esta redução é o aumento na geração de empregos em 2010 e a continuidade do elevado ritmo de admissões neste início de ano. Fato que incrementa o orçamento familiar de boa parte das famílias e aumenta o percentual de renda disponível para pagamento de dívidas contratadas pelo consumidor. A pesquisa foi realizada nos dias 15 e 16 de março com 809 pessoas da cidade do Recife.
Segundo a pesquisa do IPMN, entre os recifenses, predomina o endividamento por causa do cartão de crédito, que representa 57,9% da dívida principal dos consumidores. Em janeiro, esse percentual era de 55,9%. Esta modalidade requer uma atenção especial do consumidor, pois o financiamento ao consumo possui em média uma taxa de juro mensal de 10%, percentual que tem aumentado em virtude da política monetária restritiva adotada pelo governo desde o quarto trimestre de 2010. Em relação à pesquisa de janeiro de 2011, nota-se uma queda no nível de dívidas relacionadas a empréstimos e lojas e um aumento do percentual de dívidas relacionadas a escolas e aluguel.
No que se refere à renda comprometida com dívidas, predomina o número de indivíduos com menos da metade de sua renda total comprometida com dívidas que, nesta pesquisa, atingiu 41,5% contra 35,3% em janeiro. Já o percentual dos que possuem endividamento superior a sua renda total, caiu de 24,6% em janeiro para 22% em março.
Sobre o perfil sócio-econômico do recifense endividado, nota-se que há uma tendência de elevação do endividamento à medida que se eleva a renda do consumidor. Pode-se perceber também que 72,7% dos indivíduos com renda mensal entre 5 a 10 salários mínimos se declararam endividados, enquanto que 56% dos indivíduos com renda mensal até um salário mínimo estão endividados.
Em relação à classe social dos entrevistados, a pesquisa aponta que a classes mais elevadas na pirâmide social, possuem alguns dos maiores percentuais de endividamento. Todavia, a pesquisa mostra que a classe C possui o maior percentual de endividamento. Quando observada a escolaridade do consumidor endividado, percebe-se algo semelhante à tendência apresentada pela relação entre endividamento e renda. Com exceção da pós-graduação, existe uma tendência de elevação do endividamento à medida que a escolaridade do consumidor aumenta.