Os eleitores julgam os gestores considerando diversos fatores. Isto significa que um governador é aprovado em virtude de algum ou vários aspectos. A variável Avaliação da administração é composta por indicadores, por exemplo, avaliação dos serviços públicos.
Os hábitos dos eleitores servem para explicar a aprovação ou reprovação do gestor público. Se eleitores frequentam costumeiramente postos de saúde, eles adquirem condições de avaliá-los. Se o eleitor aprova o serviço do posto de saúde, ele julga positivamente o gestor. A qualidade do serviço público de saúde influencia o julgamento dos eleitores.
O estado da segurança pública e o transporte público também. Quando o eleitor tem sensação de insegurança ou escuta cotidianamente relatos sobre atos violentos, eles reprovam o gestor público. Se o usuário reprova a qualidade do transporte público, ele avalia negativamente o gestor. Eleitores sabem apontar o culpado pela deficiência de dado serviço público. E sabem de quem é a responsabilidade para a solução dos problemas.
Pesquisa do Instituto Uninassau revela que o governador Paulo Câmara tem 74% de reprovação no Estado. A pesquisa mostra que segurança pública, desemprego e saúde são os principais problemas de Pernambuco. Os responsáveis para resolver os referidos problemas, segundo parte majoritária dos eleitores, é o atual governador. As demandas dos eleitores e a responsabilização que estes dão ao governador explicam a sua alta reprovação.
Quais as chances do governador ser reeleito? Para novo sucesso eleitoral, o governador Paulo Câmara precisa criar narrativas que expliquem e justifiquem a real situação do Estado para o eleitor. E concomitantemente, prover ações concretas para atender, em parte, as demandas dos eleitores.
O governador Paulo Câmara não tem forte opositor, como bem mostra a pesquisa do Instituto Uninassau. O recall do senador Armando Monteiro é baixo. Lembro que Monteiro foi o principal adversário do atual governador na eleição de 2014. O porcentual de eleitores que não escolheram nenhum candidato é alto. Conclusão: a ausência de um nome forte eleitoralmente da oposição e a alta reprovação do governador sugerem que os pernambucanos estão à procura de um líder.