O método qualitativo tem o objetivo inicial de identificar as visões de mundo dos indivíduos para com determinados temas. Em seguida, encontrar as convergências de opiniões entre eles. E, por fim, ofertar ao analista condição para a interpretação das convergências. O Instituto Uninassau realizou pesquisa qualitativa inédita entre os eleitores das classes C e D residentes no Recife. A técnica qualitativa utilizada foi o focus groups.
Os eleitores só tem uma ideologia: Governo que faz. Na mente dos entrevistados, existem os governos que fazem pelo povo e os que não fazem. Ser de Esquerda ou de Direita não importa. Os entrevistados desprezam as instituições do Estado e os políticos. Os eleitores jovens desejam consumir tudo, em particular, bens supérfluos. Os maduros também. Mas são seletivos, pois falta dinheiro. Por isto, neste instante, desejam uma casa e “fazer a feira”.
Vencer na vida significa realizar sonhos. Conforto, comprar carro, moto, celular, “fazer a feira”. Para os entrevistados, estes itens representam a realização do sonho. Mas vencer na vida é também ter dinheiro. Os entrevistados relatam discriminação. Admitem que já foram discriminados em lojas comerciais, restaurantes, clínicas médicas. Polícia e parte da sociedade praticam a discriminação contra eles.
Esforço, fé, trabalho e estudo possibilitam vencer na vida. A educação, em particular, a superior, é instrumento de mobilidade social. Os eleitores jovens têm esperança de conquistar o diploma de nível superior. Já os maduros se arrependem por não terem conquistado. Desejam ser empreendedores, mas valorizam o emprego público.
A Operação Lava Jato é aplaudida por todos, pois ela combate a corrupção e prende poderosos. Para os eleitores maduros, a Lava Jato é uma novela. Todo dia tem um capítulo. A corrupção política é o grande problema do Brasil. Alguns eleitores associam a crise econômica a Lava Jato.
“Quando toda esta confusão irá acabar?” Indaga os entrevistados. Governos e políticos não fazem nada por eles. Parte da sociedade e a Polícia os discriminam. Falta dinheiro para consumir. E, diariamente, a “novela” Lava Jato reforça a impressão de que o Brasil não tem jeito. Estes são os motivos da grande confusão. Os eleitores estão pessimistas quanto ao futuro do Brasil, mas lembram, que apesar de toda a confusão, a esperança é a última que morre.