Qual é o futuro do PSDB?
Por Adriano Oliveira – Cientista político. Professor da UFPE. Fundador da Cenário Inteligência.
No ano de 1994, FHC, pai do Plano Real, foi eleito presidente da República no 1°turno. As apressadas pesquisas de intenção de voto apontavam o favoritismo do candidato do PT, Lula. Porém, com inflação debelada, e o eleitor consumindo mais, a lógica do voto econômico prevaleceu. Em 1998, FHC é reeleito, também, no turno inicial. A era PSDB começa.
O PSDB elegeu 63 deputados federais em 1994. Na eleição de 1998, foram 99 deputados. Nesta época, o PSDB era o partido da moda porque representava a suposta verdadeira oposição ao PT. Lembrando, que na era FHC, o lulismo não existia. O petismo era que estava presente. FHC foi um excelente presidente da República, pois trouxe para a agenda nacional, o controle da inflação e dos gastos públicos, a privatização e a reforma do Estado. O líder do PSDB tomou decisões corajosas em um ambiente com muita resistência à inovação.
Em 2002, Lula é eleito presidente da República. As atitudes de FHC pouparam Lula. Por consequência, o fernandohenriquismo, sem povo, criou condições para o surgimento do lulismo, com povo. Nas eras Lula, o PSDB não conseguiu realizar com eficácia a oposição ao PT e ao Lula. Insistiu numa agenda “cara” à população de baixa renda: controle dos gastos públicos. Defendia a privatização, mas o PT o manobrava ao dizer, sabiamente, mas equivocadamente, que ela não fez bem ao Brasil. O PSDB, com receio de perder eleitores, recuou. Na eleição de 2006, o admirado Geraldo Alkmin foi engolido pelo PT quando foi fortemente acusado de querer privatizar tudo.
Na disputa presidencial de 2010, Lula, no seu auge, elegeu Dilma Rousseff, apesar das pesquisas de intenção de voto, mais uma vez elas, apontarem um frágil favoritismo de José Serra, candidato do PSDB. Rousseff foi reeleita em disputa apertada contra Aécio Neves, do PSDB. Após esta eleição, o partido dos grandes líderes, José Serra, Geraldo Alckmin, Franco Montoro, FHC e Mário Covas, cometeu o seu maior erro: permitiu que Aécio Neves questionasse no TSE a legitima eleição de Dilma. Em seguida, mais outro erro: apoiou o impeachment de Rousseff.
O PSDB cometeu quatro grandes erros: 1) Não soube defender os méritos do governo de FHC; 2) Não apresentou projeto alternativo, com cunho social, ao PT e ao lulismo; 3) Questionou a reeleição de Dilma; 4) Apoiou o impeachment de Dilma. Em 2018, o PSDB foi engolido pelo bolsonarismo, movimento que se contrapõe ao PT e ao lulismo, com sinceridade e autenticidade. O futuro do PSDB não é promissor. Ele só governa três estados e tem 18 deputados federais
