Gilberto Kassab criou sabiamente o PSD para ser uma alternativa de poder aos atores políticos nas disputas municipal (2012), estadual e presidencial (2014). Mas o PSD não será nestas competições o ator principal. Ele tende a ser coadjuvante nas eleições para prefeito de capitais, para governos e para a presidência da República. A partir de 2016, talvez o PSD venha a ser o ator principal.
Kassab constatou que variados atores políticos na Câmara dos Deputados não desejavam continuar a ser oposição ao PT. Por isto, precisavam de uma nova opção partidária. O prefeito de São Paulo constatou também que nas eleições municipais, atores políticos ficam à procura de espaços no Estado. No caso, de legendas que estejam próximas ao poder. Deste modo, o PSD passou a ser uma alternativa. Ou melhor: um instrumento utilizado por atores políticos para se aproximar do prefeito.
No Brasil é difícil praticar a atividade política distante do poder estatal. Em razão do tamanho do estado brasileiro, cargos e espaços no ente estatal são ofertados aos atores e estes servem como ferramentas para a conquista e a manutenção do poder.
Teoricamente, os atores que ocupam espaços no estado têm mais chances de vencer disputas eleitorais. Mas isto não significa que os atores que não ocupam espaço no estado, não tenham chance de obter sucesso eleitoral.
Em Pernambuco, o PSD surge como um partido aliado do governador Eduardo Campos. Esta aliança deve ser mantida até 2014. Após isto, embora eu tenha a premissa de que a expectativa de poder do Eduardismo seja até 2018, o PSD poderá caminhar com outras legendas, como, por exemplo, o PSDB.
No âmbito municipal, desconfio que o PSD caminhará com João da Costa. Caso ocorra a aliança entre PSD e PT, esta será em razão do PSB. Na disputa proporcional, o PSD será aliado do PSB ou participará de um grande chapão. Se assim ocorrer, alguns dos novos vereadores que se filiaram ao partido tendem a não renovar o mandato.
O PSD, por enquanto, não é oposição e nem aliado do governo Dilma. Caso a aprovação de Dilma na opinião pública se mantenha estável ou cresça, o PSD tende a fazer parte do governo Dilma. Caso ocorra um decréscimo na avaliação da presidenta, o PSD poderá ser uma alternativa de poder através de José Serra, ou se aliar ao PSDB.
O PSD deve continuar a crescer, em razão do seu hibridismo. Ou seja, o seu caminho será traçado pela expectativa de poder dos atores de outras legendas, não importando as cores ideológicas e partidárias.