Por que Alckmin não cresce?

Por que Alckmin não cresce?

O lulismo existe. Isto é evidente quando observamos a liderança do ex-presidente nas diversas pesquisas. Recente pesquisa da CNT/MDA revela que 38,6% dos eleitores consideram a prisão de Lula injusta. A última pesquisa do Datafolha mostra que 30% dos eleitores votam em que Lula indicar. Pesquisa qualitativa do Instituto Uninassau revela que o lulismo existe como agenda no eleitorado. E mostra que o eleitor, em particular das classes C e D, reconhecem que a crise econômica persiste. Os recentes dados econômicos evidenciam que a economia está parada e o desemprego persiste.

Neste instante, não existe nenhum indicador que me leve a afirmar que o candidato do PT não estará no 2° turno. Mas qual será o adversário do PT no 2° turno? Continuo a considerar duas possibilidades: O candidato do governo Temer e Geraldo Alckmin. Os indicadores econômicos atuais e a ausência de boas notícias advindas da intervenção no Rio de Janeiro colocam em risco o bom desempenho eleitoral do candidato do MDB. É possível, portanto, que Geraldo Alckmin venha a ter um bom desempenho. Mas como afirmar isto diante do atual desempenho do candidato do PSDB?

Alckmin tem condições de crescer. Terá tempo de TV, tem estrutura partidária e qualidades para ser apresentado estrategicamente ao eleitorado. Isto é óbvio. O que não é óbvio é: Por que Alckmin ainda não cresceu? O eleitorado está dividido em três grupos: lulismo (L), antilulismo (Y) e os indiferentes (I). O candidato do PSDB disputa os eleitores dos grupos Y e I.

Considere apenas os eleitores dos grupos Y e I.  Alckmin não cresce em razão de: (1) O candidato do PSDB não é uma novidade eleitoral diante de um eleitorado que demanda novidade; (2) A persistência da crise econômica gera dúvidas no eleitor, incertezas. Ele não sabe, ainda, em qual candidato apostar; (3) Ao contrário do PT, o PSDB não produziu na sociedade uma agenda, pois não admitiu defender o bom legado de FHC. O lulismo é uma agenda entre os eleitores. Entretanto, não existe o fernandohenriquismo. Mas um antilulismo. E qualquer competidor pode ser o anti-Lula.

Neste instante, variados competidores disputam os eleitores dos grupos Y e I. Quem conseguir, através da estratégia eleitoral, despertar a atenção dos eleitores, poderá ser um forte adversário do lulismo. Portanto, Alckmin tem condições de crescer. Pois tem qualidade, estrutura partidária e tempo de TV. Resta saber, qual será a sua estratégia.

 

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publicado 23/05/2018 - 09h17