“Se as dinâmicas eleitorais e políticas fossem previsíveis, os atores políticos não cometiam erros em suas escolhas”. Ouvi esta frase, certa vez, de um político. Ao ouvi-la, retruquei: mas as dinâmicas são previsíveis. Porém, vocês não gostam ou não sabem fazer previsões. A previsão depende da conjuntura presente, mas desta nascem prognósticos para conjuntura futura.
Exercícios simples baseados na Teoria dos Jogos e na Lógica nos permitem construir prognósticos a partir da conjuntura presente. No exercício da Análise de Conjuntura fiquem sempre atentos as preferências dos atores e as suas possíveis escolhas, as quais, nem sempre, são baseadas na racionalidade pura. A racionalidade pura significa que o ator está num vazio social, portanto, emoções, sentimentos e visões de mundo não importam. Não sou adepto da racionalidade pura.
Ocorrerão em 2014 eleições para presidente da Republica e governador. Quatro perguntas conjunturais estão presentes neste instante: 1)A presidente Dilma terá condições de ser reeleita? 2) O governador Eduardo Campos será candidato à presidente da República? 3) O senador Armando Monteiro será candidato a governador? 4) Em Pernambuco existirá candidato de oposição ao governador Eduardo Campos?
As respostas para cada pergunta estão entrelaçadas em virtude de que o jogo ainda está intricado, mas não inteligível. Dilma tem condições de ser reeleita. Afirmo isto, por prever que os eleitores de Dilma não só avaliarão o seu desempenho por meio da variável bem-estar econômico, mas também através de variáveis emocionais como firmeza e ser mulher. Isto não significa que o bem-estar econômico não importará em 2014. Mas vislumbro que estratégias que busquem mostrar a firmeza de Dilma no enfrentamento à corrupção e na redução dos juros (entre outras) podem influenciar positivamente os eleitores.
Parece-me que o caminho de Eduardo Campos não tem volta, a não ser que ele peça aos eleitores que o esperem para 2018. Quais as opções de Eduardo em 2014? A opção ótima é ser vice de Dilma. E a opção péssima é não ser candidato à presidente. Portanto, caso a sabedoria continue a iluminar o governador, diante da impossibilidade neste instante dele ocupar o cargo de vice, ele deverá ser candidato à presidente – escolha subótima. Caso muitos candidatos disputem o pleito presidencial e diante do desempenho paralítico da economia, Eduardo poderá ir para o segundo turno.
Imagine se o PTB opte por apoiar a candidatura presidencial de Eduardo Campos? Se assim ocorrer, é plausível pensar numa aliança entre Armando e Eduardo em Pernambuco. Mas se o PTB não apoiar o projeto presidencial do governador? É plausível ter como hipótese a aliança entre PTB e PT nos âmbitos estadual e nacional. Portanto, vislumbro que a candidatura de Armando ao governo com o apoio de Eduardo depende das escolhas do PTB no âmbito nacional.
A oposição em Pernambuco continuará pífia. Como acreditar numa candidatura de Júlio Lóssio a governador diante da aliança PMDB/PSB? A candidatura de Lóssio só poderá vigar, se, e somente se, uma rebelião no PMDB local ou nacional ocorrer provocada por cisnes negros. Mas caso isto não ocorra, qual é a razão do PMDB não apoiar o candidato do governador Eduardo em 2014?