O que as pesquisas revelam?
Estamos às vésperas da eleição. Não cabe mais improviso e nem especulação. Os candidatos precisam agir estrategicamente. A recente pesquisa Datafolha contribuiu para várias especulações. Confundo, propositadamente, análise com especulação. Sabendo que especulação não é análise e nem cria boa estratégia.
Duas especulações estão na moda. A primeira é que Joaquim Barbosa é um candidato competitivo para a presidência da República. É possível que seja. Entretanto, amplio a análise. A candidatura de Joaquim está acima dos interesses complementares do PSB, PT e PSDB? Observo que a candidatura do ex-ministro do STF prejudica a aliança entre PSB e PT. Ou a aliança informal entre PSDB e PSB no estado de São Paulo.
A segunda especulação é quanto ao nível de competitividade de Marina Silva. Segundo a pesquisa do Datafolha, Marina cresce com a saída de Lula. É fato. E pode até a continuar a crescer. Afinal, a candidata da Rede tem qualidades, é um bom produto. Entretanto, dois questionamentos: Marina Silva terá o apoio do PT na eleição? Quando Lula não é candidato, e certamente não será, o lulismo deixa de existir?
Segundo o Datafolha, em outubro de 2013, 38% votariam em um candidato que Lula indicasse. Em 2013, o lulismo estava no auge. A Lava Jato não existia. Em abril de 2018, 30% afirmam que votam em um candidato que Lula indicar. Sejam sábios. A conjuntura atual é diferente da conjuntura de 2013. Mas mesmo assim, o ex-presidente continua a ser um ator influente entre os eleitores. Tal influência mostra que o lulismo resiste, mesmo que Lula não seja candidato.
Não restam dúvidas que Lula e o lulismo têm rejeição. A última pesquisa do Datafolha mostra que em outubro de 2013, 31% dos eleitores não votariam em um candidato apoiado por Lula. Em abril deste ano, 52% afirmam que não votam. Portanto, o lulismo é rejeitado pela maioria do eleitorado. Mas tal rejeição não impede, neste instante, que o candidato do PT esteja no segundo turno da disputa presidencial.
Pesquisa IPSOS divulgada neste mês revela que 73% dos eleitores concordam com a seguinte afirmação: “Os poderosos querem tirar Lula da eleição”. Este dado sugere o que há muito tempo friso: A prisão de Lula o vitimiza. Este indicador merece ser monitorado. Outro indicador fundamental: Quem será o antilulista na eleição presidencial? Até o instante, ninguém desponta como favorito. E, por fim, uma última indagação: Lula preso tem maior influência eleitoral do que solto? Respondam com pragmatismo e pesquisas.