A política é a arte de fazer o impossível ser possível. Diante dos desafios, a política é instrumento para superá-los. Crises econômica e política são solucionadas ou amenizadas com política. Não se faz política sem diálogo. A capacidade de agregar pessoas é o objetivo da política. Se você deseja ser político, insira flexibilidade em sua conduta. As transformações advêm da política.
O Brasil vive hoje os mitos da polarização e dos extremos. Já frisei que eles não se sustentam empiricamente. Portanto, não existem. Em eleição de dois turnos, a polarização está presente. Desde a eleição de 1989, a polarização reina nas disputas presidenciais do Brasil. O lulismo não representa extremismo. O lulismo é flexível. Agregador. O ex-presidente Lula findou o último mandato com alta aprovação e governou com vários partidos.
Desde 2015, o Brasil convive com as crises política e econômica. Elas foram reforçadas com a crise sanitária. A política é o instrumento necessário para superá-las. Em 2016, variados partidos foram apressados e fizeram a opção equivocada de apoiar o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Caso Dilma não tivesse sido impeachmada, o PSDB poderia ter vencido a eleição de 2018. Faltou sabedoria política a Dilma para evitar o impedimento e ao PSDB para conquistar a presidência da República.
Michel Temer fez política e o Brasil começou a avançar. Mas parcela do Ministério Público continuou a sua cruzada feroz contra a política e prejudicou o governo Temer. Jair Bolsonaro é eleito. O presidente Bolsonaro opta por não fazer política. Escolheu o confronto. O atual presidente da República não faz política com o Centrão. O chefe do Executivo entregou grande parcela do orçamento aos partidos que sustentam historicamente governos. Erro de cálculo político e eleitoral.
O ex-presidente do PT, Rui Falcão, afirma que Lula não precisa de muletas. Arrogância política. Lula precisa de vários partidos e de diversos segmentos da sociedade para vencer a eleição e governar. Lula não pode ser Jair Bolsonaro. Aliás, nenhum presidente eleito pode cometer os equívocos políticos do atual presidente. O futuro mandatário da República precisará agregar e não dividir para superar as crises política e econômica.
O Brasil em 2022 está pior. A estratégia eleitoral simplória “nem Lula e nem Bolsonaro” não rende votos e não trará governabilidade. Os eleitores podem ser refratários a ideias e atores. Mas o político não. O verdadeiro político tem que ter a capacidade de fazer política para mudar o Brasil.