Por Adriano Oliveira – Doutor em Ciência Política. Professor da UFPE.
O ano de 2021 finda com dois cenários consolidados para a disputa presidencial de 2022: vitória do ex-presidente Lula no 1° turno – Cenário 1; disputa entre Lula e Jair Bolsonaro no turno final – Cenário 2. O terceiro cenário, o qual é remoto, neste instante, é um candidato da 3° via superar o presidente Jair Bolsonaro. Não existem, no conjunto das pesquisas divulgadas neste ano, mais a conjuntura que estará presente em 2022, condições claras de sucesso de um candidato de oposição a Lula e a Bolsonaro.
A conjuntura econômica de 2022 terá os seguintes elementos: 1) Inflação alta; 2) Forte possibilidade de estagflação; 3) Alta do desemprego; 4) Fraca possibilidade para redução dos preços dos combustíveis. Essa conjuntura favorece Lula. A última pesquisa da Genial/Quaest revela que economia é o principal problema do país e a rejeição a Lula é de 43%, inferior a de Jair Bolsonaro, Sérgio Moro, João Dória e Ciro Gomes.
Apesar da conjuntura favorecer fortemente o candidato do PT, Jair Bolsonaro resiste às crises econômica e sanitária. A avaliação negativa do governo é de 50%; ele mantém a 2° colocação na variável intenção de voto; e no universo dos que votaram em Jair Bolsonaro no 2° turno da eleição de 2018, o seu governo tem 42% de aprovação – Pesquisa Genial/Quaest. O apoio dos evangélicos, a desculpa da Covid-19 para a crise econômica e o antipetismo são fatores que favorecem o presidente Bolsonaro. Portanto, se Lula não vencer no 1° turno, é plausível que o turno final seja disputado entre PT e o candidato à reeleição.
Apesar de João Doria ser governador do maior estado do país, ter sido pioneiro na vacinação contra o coronavírus e ter várias ações do seu governo para mostrar ao Brasil, ele não cresceu nas pesquisas no decorrer de 2021. O que sugere que Doria crescerá? Até o instante, apenas uma única evidência: 24% dos eleitores não querem nem Lula e nem Bolsonaro – Pesquisa Genial/Quaest. Contudo, João Dória terá força eleitoral suficiente para superar Jair Bolsonaro?
Não existem evidências de que o ex-juiz Sérgio Moro será competitivo. Observem que ele fala de corrupção em ambiente de forte crise econômica. E tem, segundo a pesquisa da Genial/Quaest, 61% de reprovação. O presidente Bolsonaro tem 64%. Portanto, Moro e Bolsonaro possuem rejeições semelhantes. Contudo, Jair Bolsonaro terá o Auxilio Brasil para mostrar em 2022. Sérgio Moro só tem a Lava Jato. É claro que cisnes negros podem surgir. Contudo, neste momento, a vindoura eleição presidencial está previsível.