Desde a eleição de FHC, em 1994, os eleitores brasileiros assistem ou passaram a assistir disputas polarizadas na eleição presidencial entre PSDB e PT. Esta disputa só ocorre, vale salientar, na eleição presidencial. Nas eleições municipais e estaduais outros partidos pleiteiam espaços com o PT e o PSDB.
A concentração da disputa entre PT e PSDB possibilitou que partidos e atores políticos fossem ofuscados. Com isto, o eleitor não teve a oportunidade de realizar outras escolhas. Majoritariamente, os eleitores brasileiros fizeram a opção pelo PT ou PSDB.
A polarização entre PT e PSDB ocorreu, inicialmente, em razão do Plano Real. Através dele, o PSDB chegou ao poder. E, por meio de Lula, o PT, após várias disputas, conquistou a presidência. Se não fosse o Plano Real e Lula talvez a polarização entre PT e PSDB não existisse.
Ciro Gomes e Marina Silva tentaram interferir na polarização entre PT e PSDB, mas não tiveram sucesso. Eles não tiveram condições e nem souberam conquistar eleitores.
Vislumbrando 2014, prevejo que o bipartidarismo tende a continuar na disputa presidencial brasileira. Tanto o PT como o PSDB tendem a ofertar candidatos competitivos, os quais possibilitarão a permanência da polarização.
Entretanto, tenho a hipótese de que três atores políticos poderão contribuir para o fim da polarização entre PT e PSDB. A possível ida de José Serra para o PSD ou PPS ameaça a polarização. Assim como, as candidaturas do governador Eduardo Campos pelo PSB e de Marina Silva por outro partido a ser criado, ou pelo PPS.
A filiação de José Serra ao PSD ou ao PPS depende dos conflitos internos no PSDB. Desconfio que Serra não apóia Aécio. E de que o PSDB não chancelará a candidatura de Serra. Mas Serra que ser presidente. Portanto, é possível que Serra seja candidato à presidente pelo PPS ou PSD.
O governador Eduardo Campos sonhou e talvez não sonhe mais em ser vice de Dilma. Porém, desconfio que Eduardo não conseguirá espaço na chapa de Dilma. Saliento, contudo, que ele tem condições de ser uma alternativa ao PT e ao PSDB. Claro, para Eduardo ser um candidato competitivo, ele precisa torcer para que Serra não seja candidato pelo PSD ou PPS.
Marina Silva poderá ser sempre uma alternativa para o eleitor, pois Marina tem uma dificuldade semelhante a de José Serra, qual seja: não agrega fortemente eleitores e partidos políticos. Portanto, tenho a hipótese de que Marina sempre será uma alternativa assim como foi Ciro.