Daniel Bramatti, de O Estado de S.Paulo, 28/04/2012
A tendência é irreversível: cada nicho do eleitorado brasileiro será mapeado e vai virar alvo de diferentes abordagens em campanhas políticas. Não haverá apenas uma estratégia, mas várias. Microtargeting é nome da onda, uma técnica largamente utilizada nos Estados Unidos e que dá os primeiros passos no Brasil após ter sido utilizada na campanha de reeleição de Sérgio Cabral (PMDB) no Rio.
Especialista no assunto, o economista brasileiro Maurício Moura, professor na Universidade George Washington, nos Estados Unidos, explica que microtargeting é "fatiar o eleitorado e olhar para as fatias com uma lupa". Cada microssegmento, com suas diferentes aspirações, pode ser alvo de um discurso específico do candidato interessado em seus votos. A mensagem política também pode atingir os grupos de diferentes formas: televisão, mala direta, e-mail e até visitas porta a porta.
A experiência com o microtargeting na campanha de Cabral foi relatada pelo consultor na versão latino-americana da revista Campaings & Elections, e também em uma palestra na Universidade George Washington, em março deste ano.
No Brasil, Moura encontrou um grande obstáculo para "fatiar" o eleitorado em diferentes perfis: a falta de dados públicos e detalhados sobre a população.