As últimas pesquisas realizadas pelo IBOPE e Datafolha revelam que 62% dos eleitores aprovam a administração de Dilma Rousseff (Datafolha). Em todos os cenários avaliados pelo Datafolha, a presidenta Dilma tem larga vantagem sobre os diversos adversários e se a eleição fosse hoje ela venceria a disputa no primeiro turno. Segundo o IBOPE, 78% dos eleitores aprovam o modo de governar de Dilma. Os dados de ambos os institutos são complementares e coerentes entre si.
Em razão dos dados apresentados, os apressados, os quais estão costumeiramente postados, afirmam que Dilma é favorita a vencer a disputa presidencial em 2014. Os apressados estão falando o óbvio. Mas ao lado, próximo ou inerente a um quadro eleitoral óbvio, estão presentes ameaças, que caso sejam sintomáticas poderão enfraquecer o favoritismo de Dilma. Portanto, os admiradores do óbvio devem ampliar as suas análises.
Caso o crescimento econômico brasileiro continue lento, a variável econômica interferirá no comportamento dos eleitores. Os eleitores não fincam raízes na sociedade. Eles são dinâmicos, assim como as suas escolhas. Deste modo, a herança lulista, pautada exclusivamente na ampliação do consumo, ainda está presente nas classes A, B e C. Por sua vez, a classe D ainda está encantada com os benéficos programas sociais expandidos na era Lula.
Pois bem, os eleitores que hoje aprovam Dilma, os fazem, em parte, em virtude da herança lulista e não necessariamente em razão dos méritos do governo Dilma. Embora, o jeito de ser de Dilma tenha possibilitado que ela seja admirada pelos brasileiros. Sendo assim, Dilma hoje não é uma candidata que depende exclusivamente da economia para ser reeleita. O seu jeito de ser poderá garantir a sua reeleição.
Não se devem desprezar três pontos fundamentais que podem estar presentes na conjuntura de 2014. Na disputa presidencial de 2014, parte dos eleitores estará ressacada com o PT? É possível que sim, em razão de variados motivos, dentre os quais: 1) longevidade no poder por parte do PT; 2) e variados escândalos de corrupção. Este último é uma variável que certamente fará com que o PT perca admiradores nas classes A e B.
O sucesso das obras da Copa do Mundo beneficiará Dilma e os governadores. Mas efeito contrário ocorrerá caso o insucesso esteja presente. Portanto, não só será apenas a economia que influenciará a escolha dos eleitores em 2014, mas também a capacidade de gestão dos governadores e da presidenta. O que estará mais visível para os eleitores em 2014 são as obras da Copa, e eles associarão a realização de obras ao desempenho do gestor.
Outro ponto relevante: caso Eduardo Campos, Marina Silva e Aécio Neves disputem a eleição presidencial contra Dilma, existe a possibilidade de que o segundo turno venha a ocorrer. Neste caso, a lógica é simples: mais candidatos, forte possibilidade de ocorrência do segundo turno. Portanto, os apressados devem saber que o óbvio sugere miopia na análise política.