Conjuntura política: Demissão acirra tensão na base aliada
Thiago Azurem
julho 07, 2011
O Estado de São Paulo, Christiane SamarcoeDenise Madueño, 07/07/2011
Independentemente do nome que substitua o senador Alfredo Nascimento (PR-AM) no Ministério dos Transportes, a crise de confiança entre líderes da base aliada em relação ao Palácio do Planalto levará mais tempo para ser contornada.
Dirigentes de todas as legendas, inclusive do PT, ficaram surpresos com o modo como o governo lidou com o caso, demitindo quatro subordinados de confiança do ministro antes mesmo de ouvi-lo.
Para o presidente de uma importante legenda da base, a insatisfação dos aliados saiu dos limites das bancadas do PR – formada por 40 deputados e 6 senadores, incluindo Nascimento. Por essa avaliação, o governo terá novas dificuldades políticas no Congresso.
Segundo esse líder, ao passar por cima de um ministro que preside uma legenda aliada, a presidente Dilma Rousseff parece esquecer que está à frente de um governo de coalizão. "Isso terá consequências."
Também foi motivo de irritação no PR e em outros partidos da base o fato de o Planalto ter se movimentado para pôr o petista Hideraldo Caron, atual diretor de Infraestrutura do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), no lugar do diretor-geral do órgão, Luiz Antonio Pagot, que entrou em férias depois que Dilma decidiu afastá-lo no fim de semana.