Conjuntura: “Não permitiremos que se criem bolhas em nenhum segmento”, diz Mantega
Ao responder uma pergunta sobre se o câmbio forte não é bom para conter a inflação, o ministro respondeu que isso ocorre, porém o excesso da moeda valorizada causa distorções e desequilíbrios na economia que o governo não vai permitir. "Não há nenhum improviso. O governo tem uma política econômica clara", comentou Mantega, respondendo a comentários feitos pelo ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega para quem o Poder Executivo está adotando medidas em excesso dia após dia e provoca volatilidade e maior ingresso de recursos no País. "Quem fala isso são pessoas com uma visão imediatista, que defendem o livre mercado", afirmou.
"Mas nós vimos, recentemente, o que essa visão imediatista provocou na crise financeira internacional", ressaltou. Mantega se referia à falta de regulação e a pouca coordenação das autoridades econômicas de países desenvolvidos sobretudo nos EUA, que permitiram a formação de bolha de ativos no mercado imobiliário que se estendeu para ações de empresas e provocou a quebra de quase todos bancos de investimentos norte-americanos.
'Não dá pra remar contra a maré'
Mantega afirmou que os sólidos fundamentos da economia brasileira estão provocando "um bom problema", que é um grande fluxo de capitais para o Brasil. "Não dá para remar contra a maré", comentou. "Contudo, não acho que o mercado de câmbio deveria agir livremente. Nós procuramos atenuar a valorização. É melhor que a apreciação do câmbio seja gradual do que brusca", comentou. "
O fato de Mantega frisar que o governo deve adotar mais medidas no curto prazo, sinaliza que o forte fluxo de capitais ao Brasil deve continuar nas próximas semana. O ministro participou em São Paulo do seminário "Rumos da economia brasileira".