A pouco menos de dois meses de realizar sua convenção, o PSDB começa a ensaiar um entendimento que pode evitar o bate-chapa na eleição que escolherá o presidente nacional. Segundo informações de bastidores da legenda em Pernambuco e em Brasília, o deputado federal Sérgio Guerra (PE) e o ex-governador de São Paulo José Serra teriam retomado o diálogo. A relação entre os dois desgastou-se após a última disputa presidencial, quando Serra foi derrotado no segundo turno pela presidente Dilma Rousseff (PT). Atual presidente da legenda, Guerra tenta ser reconduzido ao cargo. O ex-governador, sem mandato, estaria interessado em ficar com a presidência como forma de garantir-se na cabeça da chapa do partido na sucessão da petista em 2014.

No entanto, fontes tucanas apontam que a reaproximação dos dois deixou o projeto de Serra sem fôlego. Além disso, a informação de que o PSDB criará um conselho político com o intuito de evitar fraturas na eleição foi mais um indicativo deque a tensão interna diminuiu. A notícia foi divulgada na semana passada pelo ex-presidente da República e presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso. A entidade acomodaria aqueles que estão sem cargo público, a exemplo de José Serra. Teria ainda como membros o próprio FHC, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o senador Aécio Neves (MG).

O esforço da cúpula do partido é para evitar que Serra retome espaço e viabilize nova candidatura ao Palácio do Planalto. Em 2010, logo após a derrota, o ex-governador mostrou-se disposto a encarar mais uma eleição. Todavia, embora 2014 esteja distante, o partido já colocou, informalmente, Aécio Neves no primeiro lugar da fila.

A convenção nacional do PSDB ocorrerá na segunda quinzena de maio. Mas, desde janeiro, a relação entre Guerra e Serra vinha azedando e indicando que a saída seria mesmo o confronto de chapas. Especulou-se, inclusive, que caso Serra decidisse entrar na briga, Aécio seria lançado candidato para fazer o contraponto. Guerra, do seu lado, tratou de tornar público o respaldo que tinha no partido. Naquele mês, coletou assinaturas de tucanos que teriam afiançado a renovação do seu mandato.

Ontem, Guerra recusou-se a falar sobre a eleição. Disse que estava em São Paulo tratando das inserções que o PSDB levará ao ar em abril. Serão três dias de veiculação, sendo 30 aparições diárias. Segundo ele, não haverá participação de nenhum líder do partido. O tema, disse, versará sobre ´oposição`.

Quem vota na eleição do PSDB

Integrantes do diretório nacional:

177 membros efetivos (59 suplentes)

Delegados dos estados, membros dos diretórios estaduais e do Distrito Federal:

o número de votantes varia de acordo com o total de diretórios municipais: São Paulo conta com 603 diretórios e Minas Gerais com cerca de 800 devem ter maior peso na votação. Pernambuco conta com 18 diretórios

Representantes do partido no Congresso Nacional (55 deputados federais e 10 senadores) 

Fonte: site e estatuto do PSDB