Governadores exercem sobre deputados estaduais, prefeitos e vereadores força centrípeta. Mesmo em época de crise econômica, Estados possuem poder para distribuir benefícios para diversos atores. A distribuição de benefícios é a principal característica do voto de estrutura. Portanto, governadores podem ser reeleitos na vindoura eleição estadual.
Contudo, não podemos desprezar o eleitor independente. Este existe e precisa ser identificado e monitorado através de pesquisas. O eleitor independente avalia a segurança pública, os postos de saúde e hospitais. Julga as estradas e as escolas. E cobra promessas do governante e obras de infraestrutura.
O eleitor independente não depende do voto de estrutura fortemente. Os benefícios oferecidos por deputados, prefeitos e vereadores ao eleitor têm fraco poder para conquistá-lo. Portanto, existe espaço para um candidato da oposição vencer a vindoura eleição para governador de Pernambuco.
A eleição estadual de 2018 não tem favoritos. Além da força estrutural do governo Paulo Câmara, não desprezo o "jeito de ser" do atual governador. Com jeito simples e tímido, os quais sugerem para o eleitor que ele é "bom moço", o atual governador também pode ser ofertado ao eleitorado como gestor responsável e dedicado à causa pública em época de crises econômica e política. E com isto, gerar sentimentos positivos entre os eleitores.
Mas o jeito de "bom moço" não pode ser, de modo algum, entendido pelo eleitor como fragilidade ou inaptidão para o exercício do comando do Executivo. Caso isto ocorra entre a maioria dos eleitores, candidatos da oposição estarão aptos a vencer a vindoura eleição estadual. Não desprezo as jogadas dos atores estratégicos. Jarbas Vasconcelos, Bruno Araújo e Mendonça Filho têm, neste instante, o poder de fortalecer ou enfraquecer as chances de sucesso eleitoral do atual governador de Pernambuco.
Se a maioria dos eleitores adquirir sentimentos positivos para com o governador, deputados, prefeitos e vereadores devem seguir com ele. Assim como aumenta a probabilidade dos atores estratégicos citados o apoiarem. Mas se a maioria dos eleitores construírem sentimentos negativos para com o governo Paulo Câmara, todos os atores, em algum momento, pularão do barco ou não voltarão para ele.