A eleição 2020
Em cada eleição, consensos são formados. Eles têm o poder de orientar as decisões de variados competidores. Os consensos podem ser verdadeiros ou falsos. São as pesquisas qualitativas e quantitativas que podem revelar a veracidade e a intensidade dos consensos. A ausência de pesquisas ou o olhar exclusivo para a Intenção de voto conduz o candidato a erros.
Prefeitos candidatos à reeleição desejam que a eleição não seja adiada, pois terão maior chance de sucesso eleitoral. Este consenso não é de todo verdadeiro. Prefeitos bem avaliados, isto é, com mais de 50% de aprovação, tem maior probabilidade de conquistarem novo mandato. Tal premissa é verdadeira, independente do dia da eleição. Se o prefeito estiver com baixa popularidade, o adiamento da eleição é melhor para o alcaide, pois ele terá tempo de recuperar popularidade.
A Covid-19 tem o poder de aumentar a popularidade dos prefeitos. As pesquisas da Cenário Inteligência têm mostrado que este consenso é verdadeiro. Vários prefeitos estão sendo razoavelmente ou bem avaliados no enfrentamento ao Covid-19. Entretanto, quando a avaliação é para o todo do mandato do gestor, a aprovação é menor do que a aprovação quanto às ações de combate ao coronavirus. Existem duas avaliações. A avaliação para a Covid-19 e a avaliação da gestão. Elas não estão, obrigatoriamente, associadas.
O bolsonarismo contribuirá para o sucesso ou insucesso dos candidatos. Este é outro consenso verossímil. São as pesquisas que mostrarão para os competidores qual será a estratégia ótima: nacionalizar ou municipalizar. Em várias cidades, as pesquisas têm me revelado que a municipalização é a melhor estratégia. Alerto que a nacionalização da disputa não deve obscurecer a municipalização dela. Isto significa que a nacionalização não é a única estratégia. Os que assim fizerem, poderão ter fraco desempenho eleitoral.
A eleição municipal deste ano, independente da data, será disputada com crises sanitária, econômica e política. Como estas crises interferirão os sentimentos dos votantes? São as pesquisas qualitativas, e não a intenção de voto ou a rejeição dos candidatos, que podem identificar o estado sentimental dos eleitores. A popularidade dos prefeitos, a nacionalização da disputa e a construção de estratégia, depende, obrigatoriamente, da interpretação dos sentimentos dos eleitores. São eles que caracterizam a conjuntura eleitoral.