Em maio deste ano, o Instituto de pesquisa Uninassau divulgou pesquisa qualitativa mostrando que existem eleitores das classes C e D que aprovam o gestor “que rouba, mas faz”. Recentemente, pesquisa quantitativa do instituto Datafolha reforçou a conclusão obtida pelo Instituto Uninassau. Diante de ambas as pesquisas, a tese de que candidatos acusados de corrupção são fracos competidores é frágil.
O estado bateu na porta dos eleitores das classes C e D. Sempre utilizo tal assertiva para explicar a força do lulismo, independente da região. A economia importa para explicar a escolha dos eleitores. No universo de dez estrategistas, dez concordam com tal assertiva. Diante destas duas premissas, concluo que o lulismo e o governo Temer são adversários na eleição de 2018.
Contudo, para que ambos sejam adversários, condições precisam estar postas. O lulismo é condição (Cl) que mostra forte estabilidade. Não observo, até o instante, o seu forte enfraquecimento. A recuperação da economia (Ct) é condição necessária para o fortalecimento eleitoral do governo Temer. Portanto, o fortalecimento de Ct+ permite que o governo Temer tenha candidato a presidente. Este candidato, o qual pode ser o atual presidente da República, tende a rivalizar com o candidato do lulismo.
O forte fortalecimento de Ct + poderá enfraquecer Cl-. Isto significa que o candidato do governo Temer pode vencer a vindoura disputa presidencial. Esta possibilidade, a qual continua a ser desprezada, advém da simples razão de que o bem-estar econômico orienta a escolha dos eleitores. Por outro lado, quando o Estado entra na casa dos eleitores das classes C e D, o provedor de tal ação adquire condições de conquistar ou manter eleitores.
A ação do Estado e a recuperação econômica fazem parte de uma única categoria: bem-estar. Se os eleitores sentem bem-estar ou desejam o retorno deste, o candidato que oferece bem-estar ou que um dia ofereceu, adquire chances de vencer a eleição presidencial. A corrupção, outra categoria, tem aparenta força de fazer com que candidatos percam ou não conquiste eleitores.
O lulismo terá candidato em 2018. O governo Temer, caso ocorra a recuperação da economia, também. Ambos são acusados de práticas de corrupção. Mas ambos podem vir a ser reconhecidos pelos eleitores como promotores do bem-estar. O que orientará fortemente a escolha do eleitor em 2018: A acusação de corrupção ou o bem-estar?