Pesquisa do Datafolha divulgada nesta semana revela que 54% dos brasileiros reprovam a gestão da pandemia por parte do presidente Bolsonaro. Em dezembro de 2020, a reprovação era de 42%. O aumento é explicado facilmente. A conjuntura atual é de mais mortes e mais previsões assustadoras quanto aos efeitos da Covid-19 na sociedade.
Em dezembro de 2020, 32% dos eleitores reprovavam o governo do presidente Bolsonaro – Datafolha. Em março de 2021, 44%. Aumento da impopularidade. Os dados apresentados apontam o seguinte mecanismo: maior reprovação da pandemia, maior reprovação da gestão do governo.
Se o mecanismo apresentado permanecer, é possível especular outro mecanismo: quanto maior o número de mortes, menor será a aprovação do governo Bolsonaro. Em razão dos mecanismos apresentados, o futuro do governo Bolsonaro depende fortemente da chagada da vacina. Pois caso elas não cheguem o quanto antes, a hipótese que os dados da pesquisa do Datafolha sugerem é que o presidente Bolsonaro declinará em sua popularidade.
Por outro lado, os mecanismos apresentados revelam outra possibilidade: eficiente plano de vacinação tem o poder de aumentar a popularidade do governo Bolsonaro. Se este mecanismo vier a ser verificado, o desgaste do presidente Bolsonaro observado hoje em razão do seu comportamento no enfrentamento à pandemia poderá ser suavizado em parcela do eleitorado.
Portanto, as pesquisas recentes revelam cenário desafiador para o presidente da República quando consideramos, apenas, a manutenção da lentidão da vacinação. Entretanto, se ocorrer a aceleração da vacinação, é possível o aumento da popularidade do presidente Bolsonaro.
Porém, as seguintes dúvidas persistem: 1) Qual o teto da popularidade do presidente Bolsonaro em contexto de ampla e rápida vacinação? 2) Qual é o limite da impopularidade do presidente Bolsonaro em ambiente de lenta vacinação? As respostas ainda não estão postas. E são elas que tendem a evidenciar a força eleitoral do presidente Bolsonaro na eleição de 2022.