A semana finda com a desconfiança do mercado para com o governo Bolsonaro em razão da crise na Petrobrás. O mercado respondeu ao presidente quando fez com que a Petrobrás perdesse grande valor na última segunda-feira. Destaco as declarações do empresário Lawrence Pi e de Felipe Miranda da Empiricus no jornal Folha de São Paulo. Ambos revelaram descrédito do setor empresarial para com o governo Bolsonaro. Friso, ainda, que a ASA Investments em relatório divulgado ontem (25/02) afirma que o cenário esperado é de alta da inflação e dos juros. Além de reduzido crescimento econômico.
O governo Bolsonaro permanece imerso em um ambiente de fortes turbulências. (1) Agravamento da crise sanitária, crise econômica, alta inflacionária, (2) alta do dólar, (3) expectativa de alta dos juros, (4) nível recorde de desemprego, (5) atraso na vacinação contra a Covid-19. São diversas as variáveis que provocam turbulência. Não vejo, neste instante, atitudes do presidente Bolsonaro para enfraquecer as variáveis apresentadas. Portanto, as turbulências no governo devem continuar.
Apesar da intensa turbulência do governo, o presidente Bolsonaro mantém popularidade que sugere forte resiliência. Pesquisa da CNT/MDA realizada no período de 18 a 21/02/2021 revela que a popularidade de Bolsonaro ainda o mantém em condições de estar no 2° turno da disputa presidencial vindoura. Segundo a MDA, a popularidade do presidente Bolsonaro é de 32,9% (Ótimo + Bom). E a reprovação 35,5% Ruim + Péssimo). A pesquisa da MDA também mostra crescimento da impopularidade do governo. Em outubro de 2020, era de 27%. Em fevereiro de 2021, 35,5%. Diante deste dado, a indagação que surge é: a impopularidade do governo continuará a crescer? Observo que condições existem para tal.
A permanência do ministro Paulo Guedes no governo Bolsonaro é uma incógnita. Guedes é avalista do governo Bolsonaro no mercado. A saída de Paulo Guedes do governo pode aumentar ainda mais a desconfiança do mercado para com o presidente. E tal desconfiança frear as ações do setor produtivo para a recuperação da economia. Além de provocar fortes inquietações no desempenho da Bolsa de valores.
Hoje, em razão da gravidade da crise sanitária mais a crise econômica, ambas estão associadas, o governo Bolsonaro está refém do Auxilio Emergencial. O presidente já anunciou a prorrogação por mais 4 meses. Tempo insuficiente quando considero a gravidade das crises citadas.
O Centrão, através do presidente da Câmara Artur Lira, mantém disposição de ajudar o governo Bolsonaro nas reformas Tributária e Administrativa. A dúvida é se o presidente Bolsonaro deseja realizá-las. Uma crise poderá surgir entre o presidente Bolsonaro e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Prevejo isto em razão do esforço de Pacheco para encontrar caminhos que facilitem a compra da vacina da Pfizer.