Fernando Scheller, O Estado de S.Paulo, 11/04/2012
O início de 2011 marcou uma virada nas carreiras do italiano Nico Riggio, do suíço Dominik Maurer e do brasileiro Luiz Sales.
A trajetória desses executivos reflete a relevância que o mercado brasileiro ganhou para empresas e investidores internacionais. Riggio trocou Nova York pelo Brasil para iniciar um negócio de bebidas. Maurer recusou a oportunidade de voltar para a matriz da alemã T-Systems para comandar a filial brasileira. E Sales foi tirado da concorrência para capitanear a americana Targus, empresa de acessórios para informática que vai expandir a operação brasileira para cumprir objetivos globais.
Entre as multinacionais, o Brasil é visto como um mercado essencial. Entretanto, montar a equipe de comando de um negócio no País passou a custar mais do que em qualquer economia desenvolvida. Segundo estudo da consultoria Hay Group, a remuneração média anual de um diretor financeiro no Brasil, incluindo salário e bônus, é de US$ 510 mil. É mais do que nos Estados Unidos (US$ 425 mil), na Alemanha (US$ 430 mil) e no Reino Unido (US$ 390 mil).
Nos outros quatro cargos pesquisados pela Hay Group a pedido do Estado – diretores de RH, vendas, marketing e produção -, a maior remuneração também é registrada no País.
Para Patricia Epperlein, sócia-diretora da consultoria Mariaca, o custo da mão de obra de primeiro escalão assusta quem busca fincar bandeira no Brasil: "A escolha do executivo para uma operação raramente fica dentro do orçamento que a companhia havia imaginado, especialmente com o dólar baixo."