‘Economist’: PSDB precisa ‘mudar o disco’ se quiser ser relevante
Thiago Azurem
abril 07, 2011
Revista Exame, 07/04/2011
A Economist diz que quem é a favor de Serra ou Alckmin busca alento na trajetória do ex-presidente Lula, que só se tornou presidente na quarta tentativa. O problema, de acordo com a revista, é que, enquanto Lula corria para o alvo, o PT se esforçava em construir uma sólida organização como partido opositor. Já o crescimento do PSDB nos anos longe do poder tem sido bem menos consistente.
"Tão prejudicial quanto a indefinição sobre o líder do PSDB é a falta de um programa distinto no partido", explica a matéria. De fato, atualmente, as diferenças ideológicas entre PSDB e PT não são mais tão bem delineadas. O texto da revista lembra que Lula optou pela estabilidade e continuidade das políticas econômicas iniciadas no período do governo de Fernando Henrique Cardoso. "Nem a questão das privatizações, abraçada por Fernando Henrique e rejeitada por Lula, é mais uma diferença significante. Dilma Roussef disse que vai abrir os aeroportos aos investimentos privados."
Além da falta de definição, a Economist cita algumas reclamações da ala mais jovem do PSDB, de que o partido não investiu em rostos novos que poderiam ganhar destaque no país. A estratégia poderia render bons frutos ao partido. Basta lembrar que, nas eleições presidenciais de 2010, muitos eleitores jovens votaram na novata (em corridas presidenciais) Marina Silva, do Partido Verde.
Nem o apoio da classe média, antes a pedra fundamental de tudo que o PSDB construiu, já não é mais garantido, segundo a revista britânica. "As pesquisas mostram que Dilma Rousseff, sucessora de Lula, é mais popular do que ele era depois dos três meses iniciais do seu primeiro mandato. E diferente dele, Dilma é igualmente bem vista por ricos e pobres". Estas são apenas algumas das muitas razões para o PSDB repensar seus rumos. "Razões pelas quais os tucanos precisam encontrar uma nova música para assobiar".