A neurose política é a antítese da nova política. Segundo Karl Popper, os neuróticos interpretam o mundo de acordo com um modelo pessoal fixo. Os atores políticos que fazem parte do grupo dos neuróticos rejeitam mudanças Os políticos adeptos da nova política percebem as transformações socioeconômicas e os novos eleitores que surgem.
No universo da neurose política, encontramos as seguintes práticas: 1) Distribuição intensa de cargos comissionados na máquina pública para eleitores e familiares; 2) Construção de grupos políticos para vencer a eleição; 3) Comunicação com o eleitor apenas no período eleitoral; 4) As estratégias eleitorais se resumem a manutenção de cabos eleitorais, e, por consequência, ao uso intenso e abundante do recurso financeiro.
Por outro lado, no ambiente da nova política observamos: 1) A não distribuição intensa de cargos comissionados; 2) A não nomeação de parentes; 3) A formação de grupos políticos, porém, em paralelo, o uso intenso da comunicação em diversas mídias; 4) Comunicação frequente e intensa com o eleitor; 5) As estratégias eleitorais são amplas. Cabos eleitorais são conquistados e mantidos. Porém, estratégias de comunicação variadas são executadas com o objetivo de conquistar o eleitor através de menor custo financeiro.
Pesquisa do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau revelou que 91,8% dos eleitores recifenses não confiam em políticos. Tal resultado é semelhante em diversas cidades do Nordeste. Pesquisas qualitativas realizadas em variadas cidades de Pernambuco mostram a intolerância do eleitor para com a classe política. Portanto, os eleitores estão reprovando os políticos que fazem parte do universo neurótico. E estão desejando políticos que ajam de acordo com os princípios da nova política. Tal conclusão é verdadeira?
Diversos políticos afirmam que práticas neuróticas os conduzem ao sucesso eleitoral. Existem eleitores, obviamente, que escolhem o prefeito ou o vereador em razão dos benefícios que obtém do poder estatal. Estão presentes eleitores ávidos por variadas recompensas, como, por exemplo, uma ajuda de custo momentânea. Entretanto, pesquisas quantitativas realizadas em vários municípios do Nordeste mostram que cerca de 10% dos eleitores desejam trocar o seu voto por algum benefício material. Portanto, resta um amplo universo de eleitores dispostos a escolher candidatos adeptos da nova política.