Empresas criam produtos específicos para a classe D
Thiago Azurem
abril 03, 2011
O GLOBO, 03/04/2011
Grandes empresas brasileiras estão investindo na expansão do poder aquisitivo da classe D. Com uma renda familiar mensal que varia de R$ 705 a R$ 1.126, que aumentou nada menos que 50% entre 2003 e 2009, esse crescimento arrastou para o mercado consumidor um exército de cerca de 45 milhões de pessoas de hábitos ainda pouco conhecidos por comércio e indústria.
As empresas custaram a perceber o que poderia representar esse consumidor de menor renda, sedento por novidades, e agora buscam recuperar o tempo perdido.
Concentraram equipes inteiras em pesquisas sobre seus hábitos de consumo, inclusive instalando funcionários em favelas e cidades pequenas para entender as necessidades do novo alvo.
– Estamos falando de um quarto da população. São pessoas que têm demanda reprimida e aspirações. É um mercado novo que está criando novos hábitos. O primeiro a chegar fica – afirma o chefe do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV), Marcelo Neri.
Enquanto o país crescia 7,5% em 2010, o faturamento do setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos teve expansão de 12,6%. Uma das razões dessa alta é a democratização do consumo e do maior acesso a produtos pelas classes D e E, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).