A novaa pesquisa do IPMN/Leia Já/JC é a primeira a não considerar o prefeito João da Costa nos cenários eleitorais. Isto ocorreu em virtude de que o PT não escolheu João da Costa como candidato a prefeito do Recife. O PT escolheu o senador Humberto Costa. A opção Humberto foi construída através de variados conflitos, os quais permitiram a construção da seguinte hipótese: João da Costa é vítima, por isto crescerá eleitoralmente.
A pesquisa do IPMN/Leia Já/JC sugere que a hipótese é falsa. Friso isto em razão de que os sentimentos do eleitor para com João da Costa não sofreram fortes alterações em relação às pesquisas anteriores. Além disto, a aprovação do prefeito – Ótimo/Bom – não cresceu. Portanto, as turbulências em torno da escolha do candidato do PT não mudaram fortemente os sentimentos dos eleitores para com João da Costa.
A administração do prefeito João da Costa é aprovada por 17% da população – Ótimo/Bom. E 46% a consideram como Ruim/Péssima. 84% dos eleitores não admiram o prefeito João da Costa. E 10% têm medo de que ele vem a ser prefeito do Recife. Estes dados mostram que a hipótese sugerida não é verdadeira.
A pesquisa proporciona a construção da seguinte indagação: por que Humberto Costa lidera? Em todos os cenários avaliados, o candidato do PT lidera com ampla vantagem em relação aos candidatos da oposição. O desempenho de Humberto pode ser explicado pelas seguintes variáveis: 1) 55% dos eleitores sabem quem é o candidato do PT; 2) No universo de 55%, 91,3% afirmam que o candidato do PT é Humberto Costa; 3) 84% dos eleitores não admiram o prefeito João da Costa; 4) No universo de 79% dos eleitores, 53% afirmam que o PT merece continuar à frente da prefeitura do Recife.
Recomendo que as quatro variáveis apresentadas sejam analisadas no conjunto. Com isto, lógicas eleitorais, as quais podem vir a ser momentâneas, surgem e explicam as razões de Humberto Costa liderar a disputa para prefeito do Recife. Sendo assim, afirmo que: Humberto Costa lidera, neste instante, a disputa eleitoral do Recife em virtude de que (1) 55% dos eleitores sabem que ele é candidato, (2) o prefeito João da Costa não é admirado por 84% dos eleitores, (3) a gestão do atual prefeito do PT é aprovada por apenas 17% da população e (4) 53% dos eleitores afirmam que o PT deve continuar à frente da prefeitura do Recife. Portanto, a lógica geral é: parte dos eleitores, neste instante, escolhe Humberto Costa por considerá-lo uma opção melhor do que João da Costa.
Mas isto não significa que Humberto Costa seja favorito para vencer a disputa eleitoral. As turbulências ocorridas para a definição do candidato do PT podem vir a ser exploradas pela oposição. Com isto, Humberto pode decrescer eleitoralmente. Não desprezo também a possibilidade do governador Eduardo Campos lançar um candidato do PSB. Isto poderá permitir o enfraquecimento eleitoral do PT. Porém, faço uma ressalva: qualquer candidato que disputar contra o PT precisará mostrar a 53% dos eleitores que existe uma melhor alternativa ao PT.
Os candidatos da oposição ainda não animam os eleitores – desde a primeira pesquisa friso isto. A entrada de Humberto Costa na disputa possibilitou a diminuição dos votos Brancos/Nulos – considerar as pesquisas anteriores. O que isto significa: quando o PT apresenta uma alternativa a João da Costa, parte dos eleitores não ruma para a oposição. Mas para o novo candidato do PT. Portanto, o PT tem força eleitoral no Recife.
Em virtude de que a candidatura de Humberto Costa poderá sofrer fortes tempestades na trajetória eleitoral e também diante da possibilidade do governador Eduardo Campos vir a apoiar um candidato do PSB, afirmo que a eleição para a prefeitura do Recife está indefinida. Mas, faço uma alerta aos candidatos da oposição ao PT: o quadro hoje é bastante favorável ao PT e ao PSB. E se este conflito (PT X PSB) vier a acontecer, quem vencerá? Por enquanto, não tenho respostas.