Os gestos de Kassab ameaçaram a hegemonia do PSDB em São Paulo. Caso Kassab apoiasse Haddad, o petista poderia vencer a disputa municipal no primeiro turno. Diante deste perigo iminente, Serra fez uma escolha estratégica, a qual terá repercussões em 2014.
Serra escolheu ser candidato a prefeitura de São Paulo. Apesar da rejeição eleitoral que recente pesquisa do Datafolha revela – cerca de 30% -, o candidato do PSDB tem condições de vencer a disputa eleitoral em São Paulo e caso vença, possibilitará que a base aliada de Dilma sofra turbulências visíveis, já que as que ocorrem não são tão.
Caso Serra vença a eleição em São Paulo, o PSDB se fortalece para a disputa presidencial de 2014. Pois, as peças do xadrez eleitoral no Brasil irão se movimentar intensamente, já que um novo pólo de poder alternativo ao PT e a expectativa de poder surgirão.
A vitória de Serra fortalece Aécio. O senador mineiro tem condições, junto com Serra, Alckmin e Sérgio Guerra de construir alianças amplas para 2014. O PSD, do sábio Kassab, deve ser prioridade. Assim como o DEM, o PPS, o PV e o imprevisível PSB.
Por que o PSB é imprevisível? Eduardo Campos deseja ser candidato a presidente e tem condição para tal. É claro que o governador de Pernambuco ainda não conquistou, assim como Aécio já fez, a grande imprensa nacional. Mas ainda tem tempo para tal.
Eduardo Campos trabalha também com mais duas hipóteses: ser vice de Dilma ou ser vice de Aécio. A consolidação da primeira hipótese depende, neste instante, de duas variáveis (cenários), quais sejam:1)Chalita desiste da candidatura a prefeito de São Paulo e apóia Haddad;2)O governo Dilma chega 2014 com reduzida avaliação.
Caso o primeiro cenário ocorra, o PMDB não será dispensado pelo PT na disputa presidencial. Se o segundo cenário ocorrer, o PMDB pode rumar para Aécio na eleição presidencial. Observem que os cenários não são excludentes.
Uma aliança entre PSDB e PSB em 2012 no município de São Paulo poderá representar a união de ambos os partidos em 2014, caso Eduardo Campos não viabilize a sua candidatura à presidente e o governo Dilma não esteja tão bem junto aos eleitores.
A possível vitória de Serra desarticula o jogo que parte do PT e analistas já dava como jogado, ou seja: Dilma seria reeleita em 2014.