Desde o início do mandato de Dilma, vislumbrei e continuo a vislumbrar cenários não tão promissores para a presidenta da República. Instabilidades política e econômica ocorrerão durante o seu mandato, as quais interferirão em suas condições eleitorais. Em razão disto, Dilma não terá condições favoráveis para ser reeleita em 2014.
O último escândalo do governo Dilma – Denúncias contra o ministro Orlando Silva – permite que Dilma comece a se preocupar com a sua reeleição e com a sombra de Lula. O recente escândalo provoca instabilidade política, pois partidos da coalizão partidária dilmista brigarão para indicar o substituto de Orlando Silva, caso ele venha a ser demitido. E permite a associação de duas características ao seu governo: 1)O governo Dilma combate a corrupção; 2)No governo Dilma existe corrupção.
Pesquisas revelam que a primeira característica apontada está presente na mente de vários eleitores. Além disto, a aprovação do governo Dilma continua estável. Entretanto, a segunda característica sugerida poderá vir a ser associada ao governo Dilma por parte dos eleitores. Isto é possível diante dos inúmeros e freqüentes casos de corrupção em seu governo denunciados pela imprensa em curto espaço de tempo.
Saliento que o novo escândalo de corrupção compromete sensivelmente a imagem do Brasil junto à imprensa internacional e a FIFA. Ambos, certamente, estão desconfiados do sucesso da Copa do Mundo no Brasil. E é importante e necessário frisar, que parte dos eleitores brasileiros também está desconfiada. A desconfiança, inclusive, está associada a uma palavra que é repudiada por qualquer indivíduo (Exagero?): corrupção.
Dilma, mais uma vez, esperará a imprensa para demitir o ministro Orlando Silva. Para ela, não existem provas contra o ministro. Apesar de existirem desconfianças. Ora, é adequado um ministro acusado de prática de corrupção continuar à frente de uma pasta ministerial co-responsável pela organização da Copa do Mundo? Não desprezo a capacidade dos eleitores de realizarem perguntas semelhantes a esta.
Dilma e os seus estrategistas trabalham cotidianamente na elaboração de cenários políticos, econômicos e emocionais. E um cenário ideal que Dilma sonha é este:
Ministros não mais são acusados de corrupção. A organização da Copa do Mundo é um sucesso. O Brasil volta a crescer a partir de 2013 a 5% ao ano. A oferta de crédito aumenta. As economias americana e da Comunidade Européia se recuperam. A aprovação da sua administração ultrapassa 60% em março de 2014. Os partidos da coalizão partidária, em razão da aprovação da presidenta, não reclamam por mais espaços no governo. E o Brasil é campeão do mundo. Então, considerando a relação causa-efeito, Dilma é reeleita.