A Teoria dos Jogos é um instrumento metodólogico utilizado pelos estrategistas políticos para decifrar o presente e prognosticar o futuro. A premissa fundamental da Teoria dos Jogos é que os atores são racionais. Portanto, buscam benefícios e evitam custos.
Em jogos simples da Teoria dos Jogos, os quais têm o objetivo de evidenciar o comportamento dos atores ou prognosticar as suas ações, o ato de cooperar ou não cooperar são as duas alternativas principais. Os indivíduos, por serem racionais, cooperam em razão da busca por benefícios. E não cooperam caso prevejam perdas.
Para a Teoria dos Jogos, os indivíduos podem fazer escolhas ótimas, subótimas ou péssimas. Em razão do pressuposto de que os indivíduos são racionais, as escolhas ótimas ou subótimas são as principais alternativas numa dada ordem de preferência. Os jogos da Teoria dos Jogos podem ser de soma zero ou de múltiplos vencedores. No caso do primeiro, só um vence o jogo.
Desta forma, afirmo que a Frente Popular não tem como caminhar unida até 2014, a não ser, e somente si, o PPS, o PMDB, o PSDB ou o DEM vencerem a disputa eleitoral do Recife e ofertar ao eleitorado um candidato competitivo em 2014. Caso isto não ocorra, os conflitos na Frente Popular irão ocorrer intensamente. E mesmo que a oposição vença a disputa em Recife, esta variável não será determinante para evitar o racha na Frente Popular.
Os três principais atores da Frente Popular – Eduardo Campos (Líder principal), Armando Monteiro e Humberto Costa – sabem que precisam de prefeitos. Caso prefeituras não sejam conquistadas, a competitividade dos candidatos diminui. Portanto, o PSB, o PTB e o PT buscarão ter candidatos em variados municípios.
Humberto Costa sabe que só será o candidato do governador Eduardo Campos caso o PSB, ou melhor, Eduardo Campos, seja alçado à vice de Dilma Rousseff. Caso não, Eduardo desejará fazer o seu sucessor. É reduzida a probabilidade de Armando Monteiro ser o candidato a governador de Eduardo Campos. Mas é alta a probabilidade de Armando Monteiro ser candidato a governador.
Ao contrário de muitos analistas, prevejo a desintegração lenta e gradual da Frente Popular. Ela hoje tem três pólos de poder internos – PT, PSB e PTB. No decorrer ou após 2012, os pólos poderão ser reduzidos a dois – PT e PSB versus PTB. Ou se desintregar por completo. Neste caso, PT versus PSB versus PTB.
Na Frente Popular a jogada ótima para todos tende a ser a não cooperação, pois os interesses dos principais atores são conflitantes. Portanto, o jogo na Frente Popular é de soma zero, caso novas condições não venham a surgir.