Estratégias, curto prazo e os determinantes do voto
Thiago Azurem
agosto 31, 2011
Por Adriano Oliveira – Cientista Político
Eleitores escolhem com base em benefícios de curto prazo. Deste modo, eleitores não consideram o que virá em longo prazo. Eleitores avaliam o presente, e a partir deste, vislumbra um futuro curto. No caso, a visão dos eleitores não considera o longo prazo. Mas o curto prazo e, no máximo, o médio prazo.
As assertivas mostradas acima devem ser consideradas como hipóteses. Ressalto, entretanto, que a literatura sobre comportamento eleitoral afirma que o bem-estar econômico possibilita a boa avaliação dos governantes. Por conseqüência, eles adquirem condições de ser reeleitos. Portanto, o bem-estar econômico explica fortemente a reeleição de presidentes.
Se o bem-estar econômico explica fortemente a reeleição de presidentes, qual é a importância de outras variáveis?Por muito tempo, ideologia e preferência partidária foram variáveis utilizadas por politólogos para explicar a escolha do eleitor. Recentemente, variados cientistas políticos mostraram, através de trabalhos empíricos, o desuso destas variáveis.
Existe na literatura sobre comportamento eleitoral, a predominância das seguintes variáveis para explicar a escolha dos eleitores: bem-estar econômico, avaliação da administração, imagem e emoções. Reconheço a importância destas variáveis. E considero que elas estão interligadas.
Eleitores aprovam a gestão do presidente em razão do bem-estar econômico. Diante deste contexto, os estrategistas adquirem condições de construir estratégias de comunicação utilizando os determinantes imagem e emoções.
De que modo o candidato deve se dirigir aos eleitores e contagiá-los em razão do bem-estar econômico?Esta é a principal indagação do estrategista antes de construir as estratégias eleitorais.
Estratégias eleitorais precisam explorar a imagem dos candidatos. Se os eleitores estão felizes com a sua situação econômica, o competidor deve associar a sua imagem qualificativos como “preparo” e “competência”. No caso, “preparo para manter o bem-estar econômico dos brasileiros”; “Competência para enfrentar as conseqüências da crise econômica presente em outros países”.
Candidatos também precisam emocionar. Deste modo, pesquisas qualitativas e quantitativas identificam termos ou gestos que emocionam os eleitores. Com isto, o discurso do candidato conterá termos e gestos que emocionam os eleitores.
A predominância das variáveis bem-estar econômico, avaliação da administração, imagem e emoções nas explicações das escolhas do eleitor comprovam a minha hipótese sugerida no início deste artigo: eleitores fazem escolhas considerando o presente e o curto prazo. Portanto, não adianta, infelizmente, candidatos explorarem “fortemente” em suas estratégias um projeto para o país em longo prazo.