O Escândalo do Mensalão interferiu negativamente na avaliação do presidente Lula. No artigo “O lulismo e as suas manifestações no eleitorado” (http://seer.ufrgs.br/debates/article/view/20412) mostro isto. O ex-presidente Lula conquistou índices de confiança e de aprovação superiores ao de FHC. Lula contribuiu decisamente para o sucesso eleitoral de Dilma Rousseff.
Pesquisas do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau revelam que o PT é o partido mais admirado em Pernambuco. Outros institutos mostram resultados semelhantes no âmbito nacional.
Qual é a imagem do PT junto à opinião pública? Casos de corrupção, como o julgamento do Mensalão pelo STF, interferirão negativamente na imagem do PT? Caso o capital eleitoral de Lula decresça, a admiração do PT no âmbito da opinião pública diminuirá?
As respostas para as indagações apresentadas não são fáceis. Pesquisas de opinião pública no âmbito nacional precisam ser realizadas. Através delas, é possível responder aos questionamentos feitos.
Entretanto, é interessante frisar que a literatura da Ciência Política brasileira mostra o desatrelamento entre os votos dados a Lula e os votos dados a outros candidatos do PT. A literatura evidencia também que os votos de Lula mudaram de local. Ou seja: os votos de Lula estão em médias e pequenas cidades.
Além disto, avaliando as variadas eleições municipais ocorridas a partir da eleição de Lula para a presidência da República, constato que Lula não dita o sucesso do PT neste tipo de disputa.
Portanto, tenho a hipótese que:
O julgamento do Mensalão interferirá negativamente na imagem do PT. Em particular junto aos eleitores das classes A, B e C e que estão presentes no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
O capital eleitoral de Lula sofrerá enfraquecimento até 2014 em razão do sucesso ou do insucesso de Dilma.
O enfraquecimento do capital eleitoral de Lula enfraquecerá a imagem do PT na opinião pública.
Por outro lado, as ações de Dilma contra a corrupção poderá fortalecer a sua imagem desatrelada do PT.
O enfraquecimento do PT fortalece a personalização da disputa eleitoral.