O tombo da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) este ano, em meio a temores sobre a crise na zona do euro e a alta da inflação, tornou as ações brasileiras uma das mais baratas do mundo para se investir.
Segundo analistas, existem oportunidades em papéis como Vale, Petrobras, bancos e incorporadoras imobiliárias, todos considerados baratos. Eles recomendam o investimento, no entanto, apenas para quem está disposto a manter a aplicação por mais de dois anos, dadas as incertezas sobre a Bolsa.
Especialistas apontam o indicador que mede a relação entre preço e lucro das ações para mostrar como os papéis estão baratos, o chamado P/L. O indicador divide o preço do papel na Bovespa pelo lucro por ação da empresa nos últimos 12 meses.
O resultado desse cálculo revela quantos anos o investidor precisará ter a ação para reaver o investimento apenas com o lucro do papel, sem a valorização. Esse prazo é teórico, já que as empresas não distribuem 100% dos lucros.
Por esse cálculo, o investidor precisaria atualmente de apenas nove anos (9,29) para obter retorno com as ações que compõem o Ibovespa, que são principais da Bolsa. Para se ter uma ideia, em 31 de dezembro de 2009, ao fim da última sequência de bons resultados visto na Bolsa, esse indicador era 20,28.
– O mercado tem olhado muito o preço/lucro da Bolsa brasileira, que está abaixo da média histórica. Os lucros das empresas foram bons, mas as ações têm caído por conta de todo esse cenário de incerteza. A Bolsa está barata – explica Paulo Hegg, operador da Um Investimentos.