Além de promover mudanças no relacionamento com o Congresso e os políticos, a presidente Dilma Rousseff mudou radicalmente o teor e o tom de seus discursos.
Nas últimas duas semanas, passou a promover sua gestão, recheou as falas com as expressões "meu governo" e "eu decidi" e parou de fazer referências diretas ao governo Lula.
Citar o ex-presidente foi uma constante até o início do mês, no auge da crise envolvendo o ex-ministro Antonio Palocci. Na solenidade para divulgar a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, na terça-feira passada, dia da demissão de Palocci, a presidente usou a expressão "meu governo" duas vezes.
E até pôs ênfase: "O governo – o meu governo – fará todo o empenho para que a Rio+20 não seja só uma autoconsciência brasileira".
Na posse de Gleisi Hoffmann, um dia depois, Dilma referiu-se quatro vezes a seu governo. "A pressão e as críticas são da regra democrática, e não vão inibir a ação do meu governo", afirmou.
E fez questão de dizer que chegara sozinha à escolha política de Gleisi. Foi a "solução que (eu) encontrei".