Os atores políticos vivem, embora alguns não percebam, construindo estratégias. Estas servem para a conquista do poder ou a manutenção deste. É possível que um ator bem informado sobre a conduta do outro consiga fazer a melhor escolha, a qual lhe trará o benefício desejado. Por outro lado, a informação pode ser imperfeita. Diante disto, o ator político não consegue maximizar a sua escolha.
Os atores políticos se movem em um tabuleiro de xadrez. Os jogadores querem conquistar benefícios. Ou melhor: conquistar o poder. Olhando para o tabuleiro das eleições municipais do Recife, constato que alguns atores se movimentam silenciosamente. Outros, já agem como candidatos. Este é o caso, por exemplo, do prefeito do Recife, João da Costa. As suas últimas ações revelam que ele candidato à reeleição. E, embora muitos pensem o contrário, ele tem chances de vencer a eleição.
Entretanto, o sucesso eleitoral de João da Costa em 2012 não depende apenas dele. Ele, caso tenha astúcia, precisa se movimentar no tabuleiro de xadrez e construir uma coalizão partidária em torno do seu nome. Esta coalizão deve ter, inclusive, o PSB, pois, diante da aprovação do governador Eduardo Campos, este será um grande eleitor na próxima eleição municipal.
Uma dúvida neste momento é se o PSB terá candidato a prefeito do Recife. Olhando para o quadro sucessório atual, não existem razões eleitorais para o PSB não lançar candidato. Talvez, estejam presentes razões políticas, pois o PSB ainda deseja algo do PT.
João da Costa tem outros problemas. João Paulo continuará a ser, por muito tempo, uma sombra ameaçadora para João da Costa. Além disto, o ex-prefeito do Recife pode optar por enfrentar o atual prefeito do Recife. Neste caso, João Paulo poderá enfrentá-lo, inicialmente, internamente. Ou optar por mostrar para opinião pública que João da Costa é seu adversário. Mas para isto ocorrer, João Paulo precisa sair do PT.
A oposição, por enquanto, tem três aspirantes a candidatos: Raul Jungmann, Raul Henry e Mendonça Filho. Todos, certamente, saberão encontrar o discurso adequado para enfrentar João da Costa. Porém, observo, que neste instante, o problema principal do prefeito não é a oposição, mas João Paulo.
Os jogadores do prefeito – bispos, peões, rainhas, cavalos – além dele, que é o rei, por enquanto, precisam saber construir estratégias adequadas para tentar, inicialmente, evitar o confronto eleitoral com João Paulo. E caso não consigam, construir um discurso eficiente para enfrentá-lo. Mas será que existe?