Só se fala na expansão da classe C – e não à toa. Os mais de 20 milhões de brasileiros que passaram a fazer parte da nova classe média entraram de vez para a sociedade de consumo e, nos últimos anos, abocanharam parte dos produtos que tinham sido elaborados, originalmente, para as classes A e B.
Ganho de renda, mercado de trabalho aquecido e crédito farto e fácil explicam o feito. Agora, a indústria volta a olhar para as classes A e B – que detêm 65,4% do potencial de consumo projetado pelo IPC Maps para este ano – e a lançar novidades ou a dar nova roupagem a produtos já conhecidos, informa a reportagem de Fabiana Ribeiro.
– De um lado, o país tem uma classe C forte, cujo consumo também se baseia no quesito preço. Do outro, a classe AB, que é menos afetada por preço e busca inovação. É este último grupo que tem, naturalmente, mais dinheiro. Faz todo o sentido a indústria intensificar seu olhar para o segmento – disse Marcos Pazzini, diretor da IPC Marketing Editora, acrescentando que, contudo, a classe C concentra o maior contingente de domicílios urbanos (mais de 24 milhões ou 49,3% dos lares), respondendo por 29,6% de tudo que será consumido em 2011.