Desde o advento do lulismo, variados atores políticos que militam na oposição publicizam diversas teses precipitadas. A primeira tese é a de que Lula voltará em 2014 caso Dilma não faça um bom governo. A segunda tese é contrária a primeira. Ou seja: se Dilma realizar um bom governo, ela será reeleita. A última tese é a de que o Brasil sofrerá um processo de mexicanização. Não existe nenhuma tese que vislumbre o sucesso da oposição em 2014.
É explicito o desencanto de parte da oposição com a perspectiva de conquistar a presidência da República em 2014. Fatos incentivam o desencanto. O PSDB está rachado. Três atores desejam ser presidente e brigam entre si. Além disto, falta ao PSDB coragem para defender os seus feitos. Saliento, entretanto, que talvez seja tarde para tal atitude, pois Lula e Dilma já utilizam o discurso de FHC.
Falta também ao PSDB um líder. A inexistência deste é proveniente do conflito entre José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves. FHC tenta, sem sucesso, apaziguar os conflitos entre estes atores Saliento, entretanto, que não basta ao PSDB construir um líder. Ele precisa ser carismático e falar para a sociedade. Arrisco-me a afirmar que o PSDB precisa de um Lula aprimorado.
Diante da conjuntura desfavorável para a oposição, em virtude dos motivos e fatos que apresentei, variados atores apostam na mexicanização do Brasil. Ao contrário destes, não aposto nesta mexicanização, apesar de reconhecer que se uma liderança não surgir na oposição, a profecia de Lula – 20 anos no poder – tem condições de se tornar realidade.
É importante destacar que no Brasil só existem três partidos de oposição. Quais sejam: DEM, PPS e PSDB. Os dois primeiros dependem do último para voltar a ocupar espaço na cena nacional. E o PSDB depende de si mesmo para voltar à presidência da República. Os outros partidos, os quais integram a base de sustentação da presidente Dilma, são situação hoje, mas poderão trocar de lado no futuro. Basta as expectativas de poder dos atores mudarem para o PSDB.
PMDB e PSB possuem condições hoje de lançarem candidatos à presidência da República. Porém, tenho dúvidas quanto ao sucesso eleitoral dos respectivos candidatos. Por isto, não acredito nesta hipótese. Mas é cabível a hipótese de que ambos podem caminhar juntos com o PSDB e este vir a se fortalecer e conquistar a presidência. Com isto, os partidos que hoje orbitam em torno de Dilma mudarão rapidamente de lado.
Atores políticos não são estáticos. Eles agem conforme as expectativas de poder. Estas, por sua vez, mudam em função da conjuntura. Neste momento, é possível vislumbrar que demandas econômicas e sociais pressionarão Dilma até 2014 e, talvez, ela não encontre os meios adequados para ser uma candidata imbatível em sua reeleição. E diante deste quadro, Lula terá que refletir muito quanto as suas chances de voltar a ocupar a presidência. Portanto, a mexicanização poderá vir a ocorrer. Mas ela não é tão plausível como muitos acreditam!