Os alimentos, considerados os vilões do custo de vida desde o fim do ano passado ao lado dos serviços, devem dar uma trégua à inflação nos próximos três meses.
O primeiro sinal de perda fôlego dos preços da comida apareceu nas cotações recebidas pelos produtores. O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista desacelerou na terceira quadrissemana deste mês para 0,36%, depois de ter atingido 1,59% na segunda quadrissemana de abril, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA).
"Foi a terceira desaceleração consecutiva e o menor nível do indicador alcançado desde novembro do ano passado", observa o pesquisador do IEA, José Sidnei Gonçalves.
Se descontada a cana-de-açúcar, o indicador registrou deflação de 1,10% na terceira prévia deste mês.
De 18 preços ao produtor pesquisados, metade registrou deflação no período, com destaque para laranja (-19,2%), tomate (-17,6%), frango (-10,6%), arroz (-3,19%) e soja (-3,1%). Até o preço da carne bovina parou de subir e registrou estabilidade no período.